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Scot Consultoria

Começa “mercado climático” para grãos


Terça-feira, 16 de abril de 2013 - 08h41

Com o início do plantio da nova safra de grãos nos Estados Unidos, não apenas os produtores rurais, mas também os especuladores começam a olhar para o céu e para os boletins meteorológicos antes de tomar decisões e fazer suas apostas.

Todos os anos, o mês de abril marca o início do que traders chamam de "mercado climático", o período em que os preços internacionais de soja, milho e trigo ficam particularmente sensíveis ao tempo no meio oeste e nas grandes planícies americanas.

Na sexta-feira (12/4), os preços do trigo no mercado futuro de Chicago subiram, em média, 2,1%, impulsionados pelo medo de que geadas nas planícies danifiquem as lavouras de inverno e comprometam a oferta. Os contratos de milho para setembro (mês que marca o início da nova safra) subiram 1,6% diante da especulação de que a persistência do clima frio e chuvoso no meio oeste pode inviabilizar o plantio do grão em algumas áreas.

"Estamos apenas no início do plantio, mas esse pequeno atraso já começa a colocar pressão. O mercado trabalha com as notícias que tem", afirma Stefan Tomkiw, analista de commodities da corretora Jefferies Bache, em Nova York.

A especulação em torno do clima deve ser particularmente intensa nesta temporada, depois que a pior seca dos últimos 50 anos nos Estados Unidos devastou a colheita e as apostas em uma safra recorde em 2012. "Todo analista no universo está prevendo uma grande produção e preços em queda nos próximos meses. Como descobrimos no ano passado, ainda cabe à natureza decidir. Em um instante todas essas previsões baixistas podem evaporar", afirmou Shawn Hackett, presidente da Hackett Financial Advisors em relatório distribuído na quinta-feira (11/4). Ele lembra que os meteorologistas preveem um verão quente e seco nos Estados Unidos.

Outra questão é que, com os estoques americanos em níveis historicamente baixos após as fracas colheitas de 2012, a margem para perdas neste ano é pequena. No caso da soja, o "prêmio" oferecido pelos compradores nos terminais da Louisiana é um dos maiores já registrados para esta época do ano, e mesmo assim, insuficiente para convencer os produtores a vender o produto remanescente da última safra. Na sexta-feira (12/4), os contratos de soja para entrega em julho fecharam em alta de 0,9%.

Fonte: Valor Econômico. Pela Redação. 15 de abril de 2013.


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